Coreia do Norte cumpre ameaças e realiza teste nuclear
Governo de Kim Jong-un confirmou a realização de um "bem-sucedido" teste atômico - o 3º da história do país. E ameaçou tomar medidas mais duras em resposta à "hostilidade" dos Estados Unidos
Televisão sul-coreana fala sobre teste nuclear na vizinha do norte (Kim Jae-Hwan / AFP)
A Coreia do Norte confirmou ter realizado nesta terça-feira o terceiro teste nuclear da história do país e acrescentou que outras medidas poderão ser tomadas se a "hostilidade" americana continuar. Desafiando diversas pressões internacionais, o regime do ditador Kim Jong-un cumpriu as ameaças que vinha fazendo há semanas e anunciou, através da agência estatal KCNA, um "bem-sucedido" teste nuclear subterrâneo. "O teste foi realizado como parte das medidas para proteger nossa segurança nacional e nossa soberania contra a hostilidade imprudente dos Estados Unidos, que violaram o direito de nossa república lançar um satélite para fins pacíficos", afirma o comunicado.
Pouco depois, a agência divulgou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano dizendo que o teste foi um ato de autodefesa, e que medidas mais duras serão tomadas se Washington mantiver sua agressão. “O último teste nuclear foi apenas a primeira resposta, que exercemos com o maior autocontrole possível”, disse o ministério, em comunicado divulgado pela agência oficial de notícias KCNA. “Se os Estados Unidos continuarem a demonstrar hostilidade e complicarem a situação, não teremos escolha a não ser agir de forma mais dura, em uma segunda e terceira etapas de ação consecutivas”, continua o texto, segundo a rede BBC.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o novo teste, classificando-o como uma “ação altamente provocativa”, que atenta contra a segurança na região. Em comunicado, o governo americano ressalta que permanecerá “vigilante” diante das “provocações” norte-coreanas e “firme em nosso compromisso de defesa de nossos aliados na região”. “Essas provocações não fazem da Coreia do Norte uma nação mais segura. Longe de alcançar seu objetivo de se transformar em um país forte e próspero, a Coreia do Norte é um lugar cada vez mais isolado e com uma população mais empobrecida, devido a sua imprudente busca de armas de destruição em massa”, afirma o texto.
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas fará uma reunião nesta terça para discutir a situação. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou a ação norte-coreana. “Essa é uma clara e grave violação de relevantes resoluções do Conselho de Segurança”, disse, em comunicado.
Antes mesmo da confirmação por parte de Pyongyang, Washington e Seul já haviamdetectado abalos sísmicos incomuns na região e deduzido, acertadamente, que eles eram um reflexo do exercício nuclear norte-coreano. Diante da evidência, os vizinhos do país comunista, Japão e Coreia do Sul, elevaram os seus níveis de alerta militar e convocaram reuniões de emergência para discutir a questão. De acordo com o jornal New York Times, Estados Unidos e Japão enviaram para a região aviões com sensores de radiação para avaliar a extensão da detonação. O Conselho de Segurança da ONU também confirmou um encontro extraordinário nesta terça para discutir o teste. O órgão já havia prometido que Pyongyang enfrentaria "sérias consequências" se colocasse o plano em prática.
China - A Coreia do Norte subiu o seu tom bélico e provocativo contra os EUA e seus aliados na Ásia logo após as sanções do próprio Conselho de Segurança da ONU contra o país, ampliadas depois do teste com um míssil de longo alcance em dezembro. Nas últimas semanas, Pyongyang repetiu ameaças de seguir adiante com um teste nuclear tendo como alvo o "inimigo jurado do povo norte-coreano": os Estados Unidos. A ousadia de Kim Jong-un, no entanto, pode incomodar o único aliado poderoso do regime. Ao realizar o teste, a Coreia do Norte não ignorou apenas as reiteradas advertências da ONU e de potências como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, mas também desrespeitou uma clara orientação da China. No final de janeiro, um editorial do jornal Global Times – controlado pelo Partido Comunista chinês – afirmou que o gigante asiático não hesitaria em cortar sua ajuda a Pyongyang caso o regime de Kim Jong-un seguisse adiante com suas ameaças de um teste atômico.
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Potência - Embora a Coreia do Norte não tenha confirmado a potência da detonação, já está claro que ele foi mais poderoso do que os dois testes anteriores - em 2006 e 2009. Especialistas sul-coreanos estimam que o tremor registrado nesta terça foi provocado por uma explosão com potência entre seis e sete quilotons - inferior à bomba de dezessete quilotons lançada sobre Hiroshima, em 1945.
(Com agências EFE e Estadão Conteúdo)
Fonte:China - A Coreia do Norte subiu o seu tom bélico e provocativo contra os EUA e seus aliados na Ásia logo após as sanções do próprio Conselho de Segurança da ONU contra o país, ampliadas depois do teste com um míssil de longo alcance em dezembro. Nas últimas semanas, Pyongyang repetiu ameaças de seguir adiante com um teste nuclear tendo como alvo o "inimigo jurado do povo norte-coreano": os Estados Unidos. A ousadia de Kim Jong-un, no entanto, pode incomodar o único aliado poderoso do regime. Ao realizar o teste, a Coreia do Norte não ignorou apenas as reiteradas advertências da ONU e de potências como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, mas também desrespeitou uma clara orientação da China. No final de janeiro, um editorial do jornal Global Times – controlado pelo Partido Comunista chinês – afirmou que o gigante asiático não hesitaria em cortar sua ajuda a Pyongyang caso o regime de Kim Jong-un seguisse adiante com suas ameaças de um teste atômico.
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Potência - Embora a Coreia do Norte não tenha confirmado a potência da detonação, já está claro que ele foi mais poderoso do que os dois testes anteriores - em 2006 e 2009. Especialistas sul-coreanos estimam que o tremor registrado nesta terça foi provocado por uma explosão com potência entre seis e sete quilotons - inferior à bomba de dezessete quilotons lançada sobre Hiroshima, em 1945.
(Com agências EFE e Estadão Conteúdo)
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