Por: Carolina Souza
paralisação geral dos estudantes da rede pública e privada em Natal. Foto: Caninde Santos
Mais uma vez os estudantes que protestam contra o aumento das passagens de ônibus em Natal voltaram a ocupar as ruas da cidade. Sem poderem interditar trechos da BR-101 e das marginais, devido ordem judicial proibitiva sob pena de prisão por parte das forças policiais, os jovens protagonizaram uma manifestação pacífica. O grupo da Revolta do Busão começou a se concentrar no viaduto de Ponta Negra e seguiu em retirada até o Centro Administrativo, onde se juntou ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Ontem, após o protesto desta terça-feira ter sido oficialmente declarado, o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal, Magnus Augusto Costa Delgado, determinou que os governos federal e estadual, através de suas forças policiais, prendam qualquer grupo de manifestantes que venham a interditar quaisquer trechos das avenidas da cidade. Temendo a represália e confronto com a polícia, os estudantes realizaram uma rápida plenária e, sem ocupar totalmente as vias, seguiram em caminhada pelas calçadas. Além dos estudantes, usuários de transporte público e curiosos, acompanharam a manifestação os vereadores Marcos Antônio, Sandro Pimentel e Amanda Gurgel.
Uma das propostas levantas pelos estudantes na manhã de hoje – que, se adotada, poderá dar uma repercussão maior ao protesto contra as passagens de ônibus – seria uma paralisação geral dos estudantes da rede pública e privada em Natal. “Vamos nos unir em uma greve geral dos estudantes, acompanhando essa greve anunciada pelos professores da rede pública municipal. Essa é uma forma de pressionarmos o governo”, convocou um dos manifestantes, que não quis se identificar à reportagem. “Acho que essa ideia poderia ser adotada. Conversaríamos com os grêmios estudantis e direção das escolas e quem, sabe, poderíamos alcançar um protesto diferente, jamais visto antes”, afirmou.
De acordo com o major Rodrigues, que estava acompanhando todo o trajeto realizado pelos estudantes, a manifestação não causou transtornos no trânsito nem houve confronto com a polícia. Até o final da manhã, o movimento se concentrava em frente à governadoria, no Centro Administrativo, esperando também serem atendidos pela governadora Rosalba Ciarlini – que estava com agenda marcada para receber representantes do Movimento dos Sem Terra. Sem sucesso na governadoria, seguiram em caminhada até a parada de ônibus do shopping Via Direta, onde tentaram fazer o chamado “roletaço” – também sem sucesso.
Os estudantes estenderão o ato para a Câmara Municipal de Natal, a partir das 15h. Na semana passada, o movimento conseguiu negociar com uma comissão de vereadores a viabilidade de um debate com os parlamentares durante a sessão plenária do dia. Na CMN, os usuários procuram cobrar dos vereadores que apreciem o pedido de revogação do aumento das passagens. Outro grupo do movimento também está se organizando para realizar uma plenária na UFRN, seguida de reunião com a reitora da instituição.
A Revolta do Busão cobra a revogação do aumento da passagem de ônibus, que subiu de R$ 2,20 para R$ 2,40 no último sábado. A manifestação também requer a divulgação pública anual das planilhas de ganhos e gastos do Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos); direito de pagamento em espécie da meia passagem estudantil; volta das linhas 03 e 45 Campus da UFRN; volta da antiga rota das linhas 48 e 66 passando pelo Campus da UFRN; fim da dupla função cobrador/motorista; e retorno das linhas 03 e 28.
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