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Alex Costa - Repórter
O Desfile Cívico em comemoração à Independência do Brasil apresentou de forma tradicional os regimentos militares das forças armadas existentes em solo potiguar, bem como os programas sociais realizados pelas corporações com crianças e adolescentes. Porém alguns protestos quebraram a formalidade da parada militar, que precisou intervir em várias ruas para evitar que manifestantes que protestavam contra o caos na saúde se aproximassem do palanque onde se encontravam as autoridades.
Os surtos de manifestações começaram cedo. Logo após a entrada oficial da governadora Rosalba Ciarlini ao palanque central, cerca de 20 aprovados no concurso para a Polícia Militar pediam, através de faixas, a convocação imediata alegando a existência de vagas nas corporações, cobrando o aumento do efetivo como uma necessidade à realização da Copa do Mundo de 2014.
A prefeita Micarla de Sousa não compareceu ao Desfile Cívico e enviou como representante o secretário municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes), Carlos Paiva, da mesma forma que fez no ano passado. O titular da Semdes foi recebido em vaias pela população. Segundo Paiva, a prefeita não pôde representar o município por não ter condições de permanecer de pé por muito durante a cerimônia visto ter passado por uma cirurgia recente.
Além dos representantes estaduais e municipais, os comandantes das corporações militares também marcaram presença no encerramento da Semana da Pátria 2012. O desfile cívico começou com a entrada dos 1600 estudantes de escolas municipais, estaduais e particulares, que hasteavam a bandeira nacional e gritavam em favor da liberdade. Logo de seguida, os participantes de projetos sociais como o Proerd, RN Vida, Bombeiros Mirins e Comunidade em Paz somavam cerca de mil componentes do desfile, antecedendo a entrada das marchas militares.
Pela ordem, a marcha dos militares começou com a Polícia Militar, seguido da Marinha, Exército e Aeronáutico. Por último, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Mobilidade Urbana e o Samu Metropolitano realizaram o percurso do desfile para uma multidão de aproximadamente 10 mil pessoas. No total, 4850 militares estiveram presentes no cortejo. Além dos tradicionais sobrevoos de quatro caças A-29 e de quatro helicópteros "Esquilo", que fizeram voos baixos em meio do cortejo, uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) realizou uma demonstração de primeiros socorros e da intervenção médica em casos de acidentes de trânsito.
PROTESTO
Ao final do desfile, enquanto ocorria o arreamento das bandeiras pela governadora do Estado, manifestantes do Sindicato dos Médicos, Sindicato dos Servidores de Saúde de Natal e da Federação Nacional dos Médicos tentaram entrar através da avenida Prudente de Morais na área onde estavam as autoridades, mas foram imediatamente impedidos pelo pelotão de Choque do Exército Brasileiro, que organizava o evento este ano.
Clamando uma atenção especial para a Saúde Pública, os manifestantes exibiam faixas em protesto contra a calamidade pública instaurada no Estado e a falta de soluções imediatas para o caos vivido pela saúde pública potiguar. Os médicos, que ainda permanecem em greve, eram o carro chefe da manifestação, que conseguiam juntar cerca de 200 pessoas numa passeata.
Encerrando o protesto no cruzamento da avenida Prudente de Morais com a rua Potengi, os servidores estaduais se dispersaram após horas de caminhada por várias ruas do Centro da Cidade. O ponto de início da caminhada foi na praça 7 de Setembro, em frente à Assembleia Legislativa. De acordo com Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed, a falta de estrutura na saúde é considerada uma "vergonha". "Para uma governadora médica, todo esse caos é um absurdo. Não me lembro de ver a saúde tão ruim em todos esses anos como médico", informou. Os médicos estaduais seguem em greve desde o dia 27 de abril.
Acessibilidade não foi apreciada pelo Exército
Sem muito espaço para que pessoas com deficiência física pudessem assistir ao cortejo, alguns constrangimentos aconteceram no decorrer do evento. Tiago Costa, de 32 anos, é cadeirante e assistia à passeata enquanto seus pais seguravam um guarda-sol, para protegê-lo dos raios solares. "Não deu muito tempo, várias pessoas se colocaram à frente do meu filho. Ficou difícil assistir, principalmente para ele. É a primeira vez que ele vem e acontece uma coisa dessas", disse o pai, Francisco Canindé Costa.
Segundo ele, após quase uma hora de diálogo com vários soldados do exército, um oficial permitiu a entrada da família para um lugar mais próximo do desfile. "O cortejo está lindo. Pena que tivemos esse transtorno. Deveriam pensar em todos os segmentos da sociedade", disse Dolores Costa, mãe de Tiago.
Participantes falam sobre o 7 de setembro
O significado nacionalista e patriota das comemorações do dia da Independência do Brasil parecem estar presentes na vida de alguns potiguares. É o caso de André Lopes, de 25 anos. Autônomo, André levou seu filho de apenas três anos de idade para assistir pela primeira vez ao Desfile Cívico. "É importante que nossos filhos saibam da existência dessa data e saibam valorizá-la. Acredito que a educação e a consciência de que o preço da liberdade é alto são coisas que devem estar sempre presentes na mente de um cidadão brasileiro", afirmou.
A dona de casa Elisabeth Silva, de 33 anos, levou seus dois filhos também pela primeira vez para assistirem ao desfile. "Cantar o hino nacional é pouco praticado nas escolas. Passam muito rápido por cima disso. Eu estou achando lindo todo o evento", disse. Para o seu filho, o pequeno Eduardo, de 10 anos, o desfile é um momento que ele não vai esquecer jamais. "Eu já desfilei no colégio e quero desfilar nesse cortejo um dia", desejou.
Desde 1937 alistado na Marinha do Brasil, o sargento da reserva José Florêncio Câmara, de 83 anos, contou para a TRIBUNA DO NORTE uma pequena parte da sua experiência como combatente na II Guerra Mundial. "Eu estava nos navios que foram mandados para a Itália naquela época. Eram tempos difíceis, outra realidade. Considero importante os desfiles cívicos para que a sociedade saiba valorizar o papel das Forças Armadas para a segurança da nação", afirmou o idoso.
Praias: MOVIMENTO INTENSO
Mesmo não tendo como mensurar a quantidade, o cabo do Corpo de Bombeiros, Miguel Alves, de plantão na Praia do Meio, informou que o "feriadão" iniciado ontem "sempre dá mais banhistas que em outros fins de semana prolongados". De acordo com ele, o outro período de grande movimento, e trabalho para os Bombeiros, é o reveillon. Alves disse que os cuidados com os banhistas não estão somente relacionados a socorros por eventuais casos de afogamento: "Como as pessoas também bebem muito, prestamos socorro por causa de coma alcoólico e de crianças perdias".
Há postos do Corpo de Bombeiros na Praia do Meio, Redinha e Ponta Negra, em Natal; e também na praia de Búzios, em Nísia Floresta.
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Em desfile do Dia da Independência, manifestantes protestam contra condições da Saúde no RN
A Saúde Pública do Rio Grande do Norte foi alvo principal de protestos na manhã desta sexta-feira (7), durante o desfile em comemoração ao Dia da Independência do Brasil. Manifestantes ligados a diversas entidades sindicais que representam trabalhadores da área cobraram a melhoria das condições e serviços públicos. Houve tumulto.
Impedidos de passar por determinadas áreas limitadas pelo Exército, os manifestantes gritaram palavras de ordem e precisaram ser contidos pelos membros da Polícia do Exército. Os militares mantiveram o isolamento e, de acordo com informações preliminares, não houve feridos durante a ação.
Com faixas, cartazes e alto-falantes, os manifestantes cobram, entre outras coisas, as melhorias de condições de trabalho nos hospitais públicos e o reconhecimento da categoria.
Fonte:
Tribuna do Norte
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